quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

CORONEL FAWCETT - O MITO


Pelo menos na opinião deste humilde administrador de blog, Flavio Colin é o melhor estilista que os quadrinhos brasileiros já tiveram desde o seu inicio.
Colin foi um autodidata, aprendeu a desenhar reproduzindo trabalhos de seus mestres: Chester Gould, Alex Raymond, Milton Cannif, André Le Blanc e outros.
Em 1956, conseguiu um emprego na Rio Gráfica Editora (hoje Editora Globo), fazendo inicialmente vinhetas, histórias de uma página e ilustrações. Em 1959 surgiu a oportunidade de desenhar  “O Anjo”, adaptação de uma série radiofônica  criada por Álvaro Aguiar.
A revista, graças principalmente ao trabalho de Colin – que nesta época imitava os americanos que o haviam influenciado – durou muito tempo. Desta revista Colin saiu para uma história baseada em uma série de TV: “O Vigilante Rodoviário”. No inicio da década de 60, Flavio esteve em Porto Alegre participando da criação da Cooperativa Editora de Trabalho de Porto Alegre (CETPA), para a qual fez as histórias de Sepé (Sepé Tiaraju, um índio que lutou na época da destruição das Missões Jesuíticas por portugueses e espanhóis no século XVIII).
Em 1964, tentou uma nova tira, Vizunga, onde já apresentava um traço bem mais pessoal, livre de influencias estranhas. Infelizmente, era difícil sobreviver só com os quadrinhos e Colin, como muitos dos nossos artistas, passou um longo período trabalhando anonimamente em agências de publicidade.
Só voltou quando, no final da década de 70, a Editora Grafipar do Paraná começou a lançar gibis de terror, suspense, aventuras e ficção cientifica, mas com temperos de sexo. Nesta época, já explodindo com seus melhores traços – grafismo perfeito, rostos e corpos definidos com poucas linhas, mas sempre com expressão dramática e movimentação dinâmica – Colin desenhou pelo menos umas 200 histórias. Apesar desse trabalho considerado indigno por alguns moralistas, Flavio Colin fez seu nome ainda maior. No Paraná”, ilustrou, com textos de Tabajara Ruas, “A História de Curitiba”. No Rio Grande do Sul, ainda com texto de Tabajara, fez “A Guerra do Farrapos” (notável álbum de oitenta páginas). Depois, com roteiro de Barbosa Lessa, “O Continente do Rio Grande” (112 páginas), distribuído em formato de mini álbum (trinta mil exemplares) por uma empresa comercial, em 1986. Colin emprestou o seu estilo vigoroso e inimitável para revistas como “Spektro” (da extinta Editora Vecchi),” Inter”, “Mestres do Terror” e “Calafrio”.
Depois de 1990, colaborou em revistas avulsas como: Coleção “Assombração”, Almanaque de Quadrinhos, Alamanque Mundo do Terror, Interquadrinhos, Mad (Editora Record) e Bundas (duas magnificas histórias coloridas – Brasil 1500, em cinco páginas e Aipotu, em doze páginas). Álbuns: “Mulher-Diaba no rastro de Lampíão” (Editora Nova Sampa, 1994), “O Boi de Aspas de Ouro” (Editora Escala, 1997), “Fawcett”, na minha opinião sua maior obra prima (Editora Nona Arte, 2000- roteiro de André Diniz), “Fantasmagonia” (Prefeitura de Belo Horizonte, 2001 – roteiro de Wellinton Srbek), “Filho do urso e outras histórias” (Editora Opera Grafica, 2003), “O Curopira” (Editora Pixel Media, 2006), “Estórias Gerais” (Editora Conrad, 2007 – roteiro de Wellinton Srbek) e “Caraíba” (Editora Desiderata, 2007), álbum coletivo: “Brasilian Heavy Metal” (Comix Book Shop, 1996).
O blog “Banca dos Gibis Brazucas”, tem o orgulho de trazer para os seus amigos e seguidores, uma das grandes obras de Flavio Colin, (talvez a maior delas), que foi ilustrada por este grande mestre dos quadrinhos brasileiros, que trás o texto fantástico de André Diniz: 




"CORONEL FAWCETT – O MITO".

Então meus amigos cliquem no link, para conhecer a arte inimitável e inconfundível de “Flavio Colin”.



quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

NOITE MORTAL - SANTA CLAWS


Deodato Taumaturco Borges Filho, nasceu em Campina Grande (PB) em 23 de Maio de 1963.
Seu pai Deodato Borges, jornalista, radialista, desenhista e roteirista foi o criador do heroi “Flama”, que surgiu nas novelas radiofônicas e foi o principal personagem da primeira revista em quadrinhos publicada no Nordeste, em 1963, Deodato  pai também foi o grande incentivador do filho e um de seus primeiros roteirista.
Deodato Filho, ou como é atualmente conhecido Mike Deodato Jr., começou a rabiscar muito cedo. Em 1978, com 15 anos, desenhou sua primeira HQ de seu primeiro personagem: “Ninja” em:”Missão: Matar Shifazum”, com roteiros do amigo José Augusto, Ninja foi publicado em alguns fanzines paraibanos, durante o ano de 1979. Esse trabalho denota a influência dos traços de John Bucema e de Jack Kirby.
Nos anos 80 começa a publicar charges e cartuns nos jornais “A União” ,  “Correio da Paraiba” e “O Norte”. Em 1984 publica o cangaceiro “Carcará” (criado por Emir Ribeiro), em sua primeira revista independente “HQ”. Neste mesmo ano saíram dois trabalhos importantes para a trajetória profissional de Deodato Filho, com clara influência de Neal Adams e do uso da retícula para a composição de suas páginas. Com roteiro de seu pai, foram publicados os álbuns: "3000 Anos Depois”. Uma ficção futurista e a saga “A História da Paraiba” em quadrinhos.
Nos anos 90, formado em comunicação pela UFPB, Deodato participa do XIII Salão Internacional de Angoulême , na França, ao lado de Angeli, Luiz Gê e Henfil. Trabalha como diagramador e desenhista nos jornais da Paraíba, publica na Bélgica, França e em Portugal, saiu o policial futurista “Leo Protheus”.

A TRAJETÓRIA DE DEODATO NOS E.U.A.

Em 1991, através do agenciamento da Art & Comics, publica  a HQ “Santa Claws” pela Innovation Comics, que marcou a entrada de Deodato no restrito mercado americano. Pela Innovation desenhou também “Lost in Space” e “Beauty and the Beast”, baseado na série da TV. “New Miracleman”, com roteiros de  Fred Burke foi outro trabalho importante. Nessa fase publicou ainda na Malibu, na Tundra e na Continuity, editora de seu ídolo Neal Adams.
A primeira chance nas grandes editoras foi na DC Comics e também marca a transformação de seu traço. O primeiro grande personagem foi a “Mulher Maravilha”, depois foi a vez de “Glory” (Image) e “Os Vingadores”, “Thor”,e Hulk, pela Marvel Comics.
Atualmente é o titular da revista mensal do personagem “Elektra” e elabora duas de suas criações: “Jade Warriors” e “Death Kiss” para a Amazing Comics.

SANTA CLAWS POR MIKE DEODATO JR.

Bem amigos, maravilhosa carreira de Mike Deodato, mas as coisas não foram um “mar de rosas”, vejam esta declaração do próprio Mike:

“O ano era 1991, e eu já estava a mais de dez anos publicando no mercado nacional, tentando sobreviver de quadrinhos. E estava cansado. Cansado de lutar contra editores caloteiros, baixíssima remuneração e nenhum reconhecimento.
Por conta disso, quadrinhos não eram minha principal atividade na época. Eu trabalhava em dois jornais como diagramador e em uma agência de publicidade como ilustrador. Eu só tinha o fim de semana para fazer o que realmente gostava: quadrinhos.
Estava a ponto de desistir quando Hélcio Carvalho, da Art & Comics, me ligou. Perguntando se eu não topava desenhar uma HQ para o mercado americano – uma história chamada “Santa Claws”. Topei na hora.
Confesso que achei que era mais um editor picareta na minha vida;  mas eu não tinha muito a perder... e o preço por página era muito bom. Não me arrependi. Já faz seis anos que isso aconteceu e, se hoje sou famoso e reconhecido nos Estados Unidos, parte disso se deve ao profissionalismo e a competência de meus agentes.
“Santa Claws” foi um dos melhores roteiros que recebi até hoje. É terror, humor e suspense da melhor qualidade; com um final realmente surpreendente. Acho que merecia ser transformado num filme.
Sou suspeito para julgar... mas é uma das minhas melhores histórias. Espero que gostem!"
                                                                         MIKE DEODATO JR.

Aí está galera, as dificuldades são enormes, mas nunca desistam do sonho!
Agora é só clicar no link para conhecer esta bela obra do nosso Mike Deodato Jr.

http://www.2shared.com/file/G1e2FnFx/Noite_Mortal-Santa_Claws.html

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

CARGA PESADA # 1


CARGA PESADA - UM RETRATO DO BRASIL
A solidariedade humana é a grande arma do caminhoneiro. Sem um ponto de referência fixo, obrigado a viajar por todo este Brasil, o caminhoneiro vê no companheiro de estrada um irmão, pois de repente, pode se ver diante de uma situação inesperada  que a própria profissão de “andarilho sobre rodas” coloca em seu caminho, como tantas paisagens a que está acostumado a ver.
É exatamente isso que o programa “Carga Pesada” da Rede Globo, queria mostrar através dos personagens Pedro e Bino: a fraternidade do próprio ser humano, que compartilha situações semelhantes e problemas comuns: a amizade de que nasce e cresce a partir das experiências vividas por um grupo de pessoas sem um pouso certo, sempre com uma carga para entregar, uma prestação a pagar e a mulher e os filhos esperando numa casa cada vez mais distante.
Foi aproveitando este rico tema que a editora RGE (Rio Gráfica e Editora) decidiu lançar em quadrinhos a revista “Carga Pesada”.
E para valorizar ainda mais esta iniciativa foi chamado para ilustrar o gibi, um grande mestre da velha geração dos quadrinhos brasileiros, ninguém mais, ninguém menos que: Julio Shimamoto!
“Shima” como é conhecido começou sua carreira em 1958, na Editora Novo Mundo, foi apresentado a Jayme Cortez, na época diretor de arte da Editora La Selva passou a desenhar dois gibis: Arrelia & Pimentinha e Fred & Carequinha, os quatro palhaços de circo que faziam o maior sucesso na época. Desenhou também histórias de terror, e passou no decorrer dos anos por muitas editoras brasileiras como: Outubro, Edrel, Taika, Rio Gráfica, Bloch, Gráfipar e Press. Colaborou também nas excelentes publicações de terror da editora Vecchi: Spektro e Sobrenatural. Mostrou também o seu estilo nervoso e as vezes agressivo nas revistas da Editora D’Art: Mestres do Terror e Calafrio.
Mesmo sendo dedicado à publicidade, Shimamoto sempre arranjou tempo para os quadrinhos, principalmente na área do terror.
Então para aquele que não conhece a arte de Shimamoto, (O que eu acredito que seja quase impossível),  apreciem a arte deste grande mestre brasileiro.

Credito: Scan: Sabino.
              Restauração: Jean Okada.



domingo, 24 de fevereiro de 2013

O OLHO DO DIABO


O “Banca dos Gibis Brazucas”, trás aos seus seguidores um álbum muito especial, que foi definido como um “Graphic Gótica”; com um material de um dos maiores ilustradores brasileiros da atualidade.
Mozart Couto, já recebeu o título de: “O Miguelangelo dos quadrinhos brasileiros”, e está muita a vontade neste trabalho, pois lidar com temas góticos, que envolvem ficção, seres extraterrestres, num clima sertanejo certamente inspirado  no escritor brasileiro Guimarães Rosa, é um dos temas preferidos de Mozart Couto.
Portanto amigos cliquem no link, para conhecerem esta verdadeira obra prima tenha uma boa leitura; Ah! e não esqueça de deixar seu comentário, afinal não levará mais do que alguns segundos, e para nós é muito importante!


sábado, 23 de fevereiro de 2013

ULTRAX # 1

Com o avanço da tecnologia, novos caminhos são abertos para a divulgação da Nona Arte em todo o mundo, e isso vem acontecendo frequentemente na grande rede mundial: a Internet
Hoje vamos falar de uma produção independente com o super-herói  Ultrax , talvez, o primeiro quadrinho digital do Brasil, através do blog Quadroid. As aventuras de Ultrax foram publicadas mensalmente em formato PDF, com seções de cartas, galeria, Extras e Artigos.
Esta criação se tornou no Brasil, no meio independente , o herói mais popular sem nunca ter tido uma revista impressa.
Ultrax  deve ser o personagem de quadrinhos mais conhecido no Brasil que nunca foi publicado por uma editora! Já participou de capa de livro especializado em quadrinhos, e até já apareceu na revista especializada em quadrinhos Wizard brasileira. Em papel, só apareceu no fanzine Manicomics, numa aventura desenhada por Alan Goldman .
Suas aventuras  estavam até pouco tempo disponíveis em formato PDF no blog Quadroid, criadas por E. C. Nickel e Alexandre Lobão.
Esta primeira HQ foi postada em 2004 no blog Quadroid em setembro com uma sequencia de mais cinco edições que iremos postar aqui no “Banca”.
Esta e as futuras  postagens do Ultrax só serão possíveis graças à compilação realizada pelo grande pesquisador dos quadrinhos no Brasil chamado “Lancelott”, onde ele resgatou toda a obra como um tributo a este grande artista e batalhador dos quadrinhos brasileiros: “Eloir Carlos Nickel”, (ou simplesmente E. C. Nickel como ele costuma assinar seus trabalhos), um brasileiro nascido na cidade São José dos Pinhais/PR.
Parabéns Lancelott por este belo trabalho de resgate do trabalho de mais um grande desenhista brasileiro.
Então só resta você clicar no link para conhecer o belo trabalho de E. C. Nickel, seu belo traço clássico, e as histórias simples e ingênuas como nos tempos dos super-heróis da década de 60.





22-2000 CIDADE ABERTA # 4


Hoje temos uma postagem de uma revista da década de 60 a série: 22-2000 CIDADE ABERTA, originalmente exibida pela Rede Globo de Televisão em 1965, adaptada logo depois para os quadrinhos, com desenhos de Edmundo Rodrigues.
Trazia as aventuras do repórter policial MÁRCIO MOURA do Jornal O Globo, interpretado por Jardel Filho.

22-2000 Cidade Aberta era uma coprodução da TV Globo do Rio de Janeiro, jornal O Globo e da produtora Herbert Hichers e patrocinada pela Shell. Originalmente exibido todas as segundas às 22:00 h., passou a ser exibido aos domingos às 23:00 h. O seriado estreou no dia 27 de abril de 1965 e durou até 28 de agosto de 1966.
O seriado conta as aventuras de Márcio Moura (Jardel Filho), um veterano repórter policial do jornal O Globo que investiga crimes cometidos. Ele sempre conta com a ajuda do jovem foca (no jargão jornalístico, significa profissional iniciante) Carlinhos (Cláudio Cavalcante), e de vez em quando entra em conflito com o editor de O Globo (Antonio Petrin). A dupla de repórteres muitas vezes tinha que disputar os casos com o delegado (Fregolente). Nessa época, o número que integrava o título da série, 22-2000, era uma referência ao telefone do jornal O Globo. Cada história contava um enredo completo. "O Rapto de Miss Brasil" e "O Roubo da Coroa Imperial", como os títulos indicam, eram referências aos mistérios a serem desvendados pelos repórteres.
O primeiro episódio "30 Moedas", teve como atores convidados Jece Valadão e Vera Vianna. Elizabeth Gasper  participou do episódio "O Assassino", e Sônia Dutra atuou em "A Isca", os dois exibidos em maio do ano de estréia.
Em 1966, ano em que a série foi encerrada, as aventuras do repórter Márcio Moura se adaptaram para os gibis da Rio Gráfica e Editora (hoje Editora Globo), através do roteirista e desenhista de suas histórias Edmundo Rodrigues, o mesmo que, nos anos de 1950, havia desenhado as histórias da série Jerônimo, o herói do sertão, famoso seriado transmitido pela Radio Nacional e pela Rede Tupi.
Em 1969, quatro anos depois do fim de 22-2000 Cidade Aberta, o repórter Márcio Moura ganhou um longa-metragem: A um pulo da morte, com direção de Victor Lima.
O seriado também contou com a participação de atores como Milton Morais, Jorge Dória, Dary Reis e Paulo Padilha.

Crédito: Blog Bartolomeu777.







sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

RAIMUNDO, O CANGACEIRO # 2


A revista "Raimundo, o cangaceiro", é referência para os pesquisadores e estudiosos dos personagens brasileiros das HQs,
Raimundo o Cangaceiro: herói cangaceiro que foi criado por José Lanzelotti em 1953, era exclusividade da Editora La Selva, de Salvador Bentivegna. As aventuras se passam nas caatingas nordestinas, onde Raimundo, com 17 anos entra para o cangaço para vingar a morte do pai, morto pelo coronel Venâncio, que roubara suas terras. A história está dividida em capítulos com os excelentes desenhos de Lanzelotti, verdadeira obra-prima.
Esta edição trata-se na verdade de uma republicação, o segundo número da série re-editada pela Editora Edrel, provavelmente na década de 60 do século passado. Formato americano com 32 páginas em p&b, apresentando duas aventuras de Raimundo, o Cangaceiro e uma história complementar para-didática sobre o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera (hoje em dia nome de rodovia muito utilizada e conhecida dos paulistas, atravessando importantes municípios do leste do Estado, até a capital), escrita por Minami Keizi e ilustrada por Fernando Almeida.
A primeira HQ deste gibi é a seqüência imediata do número anterior: o bando do cangaceiro Sussuarana, do qual faz parte Raimundo, acabara de dominar a cidade de Carrasqueira, e o líder ameaçava praticar sua justiça peculiar. Lanzelotti procura mostrar os cangaceiros como homens cruéis, determinados, justos com os mais pobres e implacáveis contra os funcionários públicos. Mas Raimundo faz questão de frisar que não entrou no cangaço para cometer crimes, mas sim para combater as injustiças. Éticas do cangaço à parte, a passagem por Carrasqueira será marcante para o personagem principal, pois perderá o seu padrinho Acácio, morto no embate com a polícia, e ainda conhecerá um grande amor na pessoa da jovem Jacira, a quem Raimundo salvara do nefasto Chico Rastejador – que estava pronto para estuprar a moça, contrariando as ordens de Sussuarana. E esse entrevero Raimundo vs. Chico acabará por trazer muita dor de cabeça ao bando de cangaceiros: ferido em seu orgulho, o Rastejador torna-se alcagüete da polícia, traindo seus antigos parceiros. Com astúcia, Sussuarana consegue despistar as “volantes”, mas o problema persistiria na aventura seguinte, chamada “O Cavalo Fantasma”. Raimundo sabia que, enquanto não desse cabo de Chico Rastejador, o delator continuaria a causar problemas. Por isso, ao lado do inseparável companheiro Rogério, partem na busca do vilão. Acabam parando num humilde vilarejo chamado Vila de Nazaré, onde Chico planejava fuga para São Paulo. Nesse local, Raimundo fica conhecendo a lenda de um certo cavalo maldito, considerado não só indomável, mas também assombrado! Desafiando a credulidade supersticiosa do povo local, ao cair da noite Raimundo consegue domar o animal, demonstrando assim que não havia nada de sobrenatural naquele belo espécime de eqüino. Enquanto isso, Chico Rastejador percebe que as pessoas que haviam prometido levá-lo, junto a outros retirantes, para a capital paulista, não passavam de trambiqueiros. Chico mata um deles e recupera o dinheiro das passagens, que estava sendo roubado pelos malandrões – mas não terá um segundo sequer para gastar um único centavo desse dinheiro, pois Raimundo o encontra, prendendo-o com um laço. Tentando fugir, o Rastejador acaba perecendo nas patas fatais do cavalo “assombrado”. E Raimundo, como bom cangaceiro que é, devolve o dinheiro aos retirantes ludibriados.
Em Raimundo, O Cangaceiro temos, além do roteiro muito bem elaborado, bem desenvolvido, da nobre preocupação em mostrar o personagem principal uma pessoa íntegra e de bons princípios (mesmo vivendo num meio da marginalidade), temos ainda os belíssimos desenhos de Lanzelotti, que, se não são muito ricos em paisagens, possui traço levemente renascentista. Uma beleza de se ver, uma obra-prima.
Então meus amigos cliquem no link para conhecerem o trabalho do desenhista Lanzelotti, boa leitura e seja o primeiro a comentar este post.



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

INFORMAÇÃO UTIL



Os formatos CBR e CBZ são formatos criados especialmente para a visualização de quadrinhos digitais, por este fato eles tem muitas vantagens sobre o formato PDF, entre elas:

Modo de exibição de páginas em tela cheia.
Modo de exibição de páginas duplas.
Modo de leitura em estilo mangá (de trás pra frente).
Possibilidade de rotacionar as páginas.
Possibilidade de marcar páginas.

Além disso eles lêem as páginas direto de dentro de arquivos compactados RAR e ZIP. Ou seja: tudo o que você precisa fazer para criar um arquivo CBR é depois de digitalizar as páginas da revista, numera-las corretamente, compacta-las dentro de um ZIP ou RAR e renomear a extensão para CBR. Muito mais simples que criar um arquivo PDF, não acha?
Para ler estes arquivos basta baixar e instalar o programa CDisplay:


Para ler os quadrinhos basta clicar neles (eles já abrem em tela cheia), para avançar as páginas use a tecla Page Down e para voltar use Page Up, para ir para a capa use Home. Se em algum momento você quiser mudar as configurações de visualização, clique com o botão direito na página e escolha Configure.



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

ÉRCIO ROCHA # 2

Voltamos a apresentar mais uma edição de quadrinhos independentes, com o # 2 da revista Ércio Rocha,  com os personagens dos Quadrinhos criados por Giorgio Cappelli em meados da década de 60 do século passado.
As aventuras de Ércio Rocha foram publicadas no extinto jornal paulistano Notícias Populares – Ércio Rocha é narrado em tiras, eis como foi produzido. Cada edição com 32 e 36 páginas respectivamente, editados no formato retangular horizontal (que hoje chamaríamos de widescreen).

 E, como estamos falando de uma revista independente, há editorial, sessão de cartas (com a participação de outros ilustres fanzineiros, como o saudoso Oscar Kern de “Historieta” e também Edgard Gumarães, este ainda cheio de vida e energia, lançando regularmente o “Quadrinhos Independentes”;  e artigos sobre HQs (como por exemplo o oportuno artigo sobre o personagem Raffles, de Carlos Thiré – o mesmo autor de Os Três Legionários De Sorte, memorável criação do passado).


O personagem que dá título a revista Ércio Rocha vive suas aventuras ao lado do Capitão Inácio, um jovem oficial da Força Aérea Brasileira  no pantanal  mato-grossense, em narrativas cheias de ação e movimento tais como as HQs que inspiraram o autor – Capelli é nascido em 1926, o que quer dizer que cresceu lendo os maiores clássicos da Era de Ouro, e não por acaso Ércio Rocha tem o pique, a energia e o entusiasmo de Tim Tyler’s Lucky,Johnny Hazzard, Scorchy Smith e outros heróis memoráveis das comic strips!
Este, a propósito, é um dos muitos personagens interessantes desta brilhante HQ, onde destaco também a presença de Gurupi, um índio imenso e de força incrível, sempre disposto a ajudar Ércio. E o grande destaque, é o traço de Cappelli, riquíssimo em detalhes e paisagens. 
Divirtam-se com mais esta edição que mostra o talento de mais um artista brasileiro.




terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

JOHNNY PECOS # 1



Os filmes de faroeste, embora hoje em dia estejam em franca decadência, sempre encantaram gerações passadas, e é claro que os roteiristas e ilustradores de HQs não estariam de fora desta – exemplo marcante até hoje é o Tex da Bonelli Editore, que, mesmo com o descaso (e até mesmo aversão) que o gênero western vem angariando nos últimos tempos, ainda mantém relevante popularidade entre os fãs das Histórias-em-Quadrinhos, e em especial no Brasil, onde continua sendo, disparado, o gibi mais vendido nas bancas, deixando para trás toda as publicações já desgastadas da Marvel, DC Comics, Vertigo e outras publicações.
E em nosso país é também marcante a presença de personagens de faroeste criados por artistas patrícios. Um estilo que não faz parte de nossa História, mas certamente faz parte de nossa cultura, haja visto que filmes, seriados e HQs de faroeste sempre fizeram grande sucesso entre nós, durante as décadas em que o western era o gênero preferido das multidões. E isso se reflete até os dias de hoje, com os dvds, os fã-clubes, os fanzines, e até mesmo nos gibis, haja vista a nova empreitada de Tony Fernandes com sua Apache.
Um bom exemplo do fascínio exercido pelo faroeste em nossos quadrinhistas foi o ousado projeto da Editora D-Arte de Rodolfo Zalla, na década de 80 do século passado: Johnny Pecos. Zalla, oriundo da Argentina (país que também conta, em sua história editorial das HQs, com uma variada gama de personagens de faroeste), bancou uma revista em formato europeu com 48 páginas (quase todas em cores) que contou com a participação de grandes nomes dos Quadrinhos Brasileiros tais como Eugênio Colonnese, Gedeone Malagola, Luís Meri, Rubens Cordeiro, entre outros. O personagem-título Johnny Pecos é uma criação de Jota Laerte (roteiro) e Rodolfo Zalla (desenhos). Pecos é um mestiço da fronteira, meio estadunidense e meio mexicano, que tem a noiva e o sogro cruelmente assassinados por bandoleiros bêbados. Mesmo sendo bem sucedido em sua vingança, ele sabia que sua vida estava mudada para sempre: tornara-se um viajante solitário, percorrendo desertos e pradarias entre facínoras e federales, sempre pronto a defender aqueles que se encontram em desvantagem.
As histórias de Johnny Pecos, além da dose indispensável de tiros e pancadaria, também mostravam as angústias dos personagens, humanizando-os. E os desenhos de Mestre Zalla dispensam maiores comentários, especialmente entre aqueles que já se tornaram calejados apreciadores da HQB. Apesar de todo capricho e talento dos envolvidos, Johnny Pecos durou somente 4 números – naquela época, o western já perdera muito de seu prestígio entre o grande público, vitimado que foi pela militância politicamente correta, de modo que Zalla e seus parceiros passaram então a se dedicar aos Quadrinhos macabros com Calafrio e Mestres do Terror, dois grandes sucessos por mais de uma década. Nos anos 90 a Editora Noblet chegou a lançar um gibi de Johnny Pecos, re-editando HQs publicadas pela D-Arte.
De modo geral, os artistas brasileiros dos Quadrinhos que se aventuraram no gênero faroeste, pareciam mais inspirados nos filmes de bang-bang feitos na Itália, do que nos originais estadunidenses. Exemplo marcante disso, da influência do spaghetti-western em HQs brasileiras, pode ser visto num personagem que teve duas HQs publicadas no antológica Johnny Pecos, da Editora D-Arte (mais especificamente, nos número 3 e 4) – personagem que levava o nome de um dos mais famosos filmes italianos de faroeste:Django (interpretado no cinema pelo ator Franco Nero). Com roteiros de Luis Meri e desenhos de Rodolfo Zalla, o que mais chamou a atenção nas aventuras de Django foi seu inimigo, um fanfarrão de nome Pancho – tipo aliás muito recorrente nos bang-bangs italianos, uma caricatura do que teria sido o “general” Pancho Villa, o sanguinário revolucionário mexicano que aterrorizava mexicanos e estadunidenses da fronteira (chegou até a invadir e saquear a cidade de Durango), na primeira década do século XX. Já este Pancho do gibi, praticamente morto na aventura publicada no número 3 de Johnny Pecos, retorna cheio de vida no número seguinte, onde mais uma vez é colocado à beira da morte. Mas quem “morreu”, infelizmente, foi mesmo a revista do Johnny Pecos, uma pena.
Crédito: scan - Sabino, 
              restauração - Jean Okada.

Aí está meus amigos, cliquem no link para conhecer mais esta boa iniciativa dos quadrinhos brasileiros.







domingo, 17 de fevereiro de 2013

JUVÊNCIO, O JUSTICEIRO # 3


Um dos personagens mais populares dos comics em todos os tempos, The Lone Ranger (batizado no Brasil como Zorro) teve origem num programa radiofônico. 
O Brasil também teve sua versão do Lone Ranger, e que, tal qual seu similar norte-americano, originou-se num programa de rádio, criação de Reinaldo dos Santos: Juvêncio, O Justiceiro. Quem emprestou a voz a Juvêncio foi Vicente Lia. E, se o Zorro tinha um parceiro (como tinham parceiros quase todos os heróis de outrora), o famoso Tonto que em nossa língua possibilitou uma série de piadas e trocadilhos infames, nosso Juvêncio não poderia ficar para trás, e vivia aventuras ao lado do jovem Juquinha – que nas rádios era ouvido através da voz de Wanderley Cardoso, cantor em atividade até os dias de hoje. Graças ao grande sucesso do programa de rádio, a Editora Prelúdio Ltda. passou a lançar as aventuras de Juvêncio em HQs, com revista própria (em fomatinho) a partir da década de 60 do século passado, e que teve ao menos duas dezenas de números. 
Nalgumas capas vocês podem ler as palavras "páginas coloridas", mas não eram exatamente coloridas como nos acostumamos a ver, mas sim um tom que chamamos de sépia, ou duas cores, em tons de vermelho. 
Grandes argumentistas e ilustradores dos Quadrinhos brasileiros mostraram seu talento nas páginas de Juvêncio, O Justiceiro: os roteiros ficaram a cargo de Rubens Francisco Luchetti, Gedeone Malagola, Helena Fonseca, Fred Jorge (houve também roteiros para os quadrinhos escritos por Reinaldo dos Santos), e o desenharam Sérgio Lima, Rodolfo Zalla, José Acácio dos Santos e Eugênio Colonnese.
 Apesar de evidentemente inspirado no faroeste americano, seus autores se esforçaram em adaptar as aventuras do mascarado para cenários e ambientes brasileiros, mais especificamente em pequenas cidades nordestinas, mostrando os heróis cavalgando pela caatinga e enfrentando cangaceiros.
Clique no link para conhecer mais uma grande criação brasileira com os clássicos desenhos de Sergio Lima, e boa leitura.





quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

PARALELAS # 1


Watson Portela assim como Rodval Mathias e Mozart Couto, são três nomes fundamentais dos quadrinhos brasileiros, uma geração que começou no finalzinho de 1970 e hoje, sem favor nenhum, poderiam estar em qualquer revista internacional.
Watson fez histórias de terror para a Editora Taika de São Paulo e narrativas clássicas para a EBAL, todas permanecendo inetidas.
Sua revelação para os leitores de todo Brasil só ocorreu mesmo em 1978, quando Otacílio de Assunção Barros editor da revista "Spektro" da editora Vecchi, abriu suas páginas para Watson. A primeira história - uma série chamada "Paralelas", que assombrou os leitores pela extrema modernidade, clareza e perfeição do traço de Watson.
Era uma narração de ficção cientifica que tinha, entre seus personagens, um tipico cangaceiro nordestino, lançado a mundos estranhos e ao combate de forças alienígenas. A Vecchi ficou muito impressionada com o trabalho de Watson, que passou a desenhar igualmente uma série western, chamada "Chet", onde se notavam as influências - mas não cópia - de Jean Giraud e Blanc Dumont.
Além de manter seu trabalho na Vecchi, Watson também foi trabalhar para a Grafipar, que estava no seu auge em 1980, criando quase uma centena de histórias de terror e ficção cientifica com erotismo.
Infelizmente as editoras Vecchi e Grafipar fecharam e Watson passou a desenhar para publicações esporádicas como a "Inter Quadrinhos", onde publicou alguns de seus melhores trabalhos. E também na "Press Editorial", onde ilustrou uma obra-prima chamada "Alienigina, inspirada no Alien de Ridley Scott.
Depois disso Watson tornou-se artista quase exclusivo da Editora Abril; onde além das capas para os quadrinhos Marvel publicados pela editora Abril; chegou a fazer a série "Jovem Radical", que durou apenas dois números. Teve publicado o álbum: "Entidade Zero".
Seu traço de contorno forte, pequenos pontos e linhas quebradas, formando um desenho tridimensional, é inconfundível e tornam sua obra uma das mais importantes hoje no Brasil. Watson colaborou com a revista "Mad" e "Spektro" (Vecchi), revista "Pau Brasil" (editora Maciota), "Horror Show" e "Almanaque de Quadrinhos" (editora Escala,) "Paralelas II" (editora Opera Graphica em 2002) e "A Ultima Missão" (editora Opera Graphica, em 2001), essa ultima revista a partir de super heróis criados por Eugenio Colonnese.

Estão com "água na boca"? então clique no link e conheça a obra deste outro grande mestre dos quadrinhos brasileiros.
E seja o primeiro a deixar seu comentário! 






quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

MIRZA, A MULHER VAMPIRO


Responda rápido: como se chama a primeira personagem de história em quadrinhos que é mulher, vampira, morena, linda, gostosa e seduz os homens?
Quem respondeu "Vampirella" errou feio. Vampirella foi criada em 1969 nos EUA, mas dois anos antes tinha sido criada a personagem "Mirza, A Mulher Vampiro", a criação mais conhecida e cultuada de Eugênio Colonnese.
Com um desenho extraordinário e um acabamento melhor ainda, Colonnese foi um dos maiores desenhistas de histórias em quadrinhos de terror do Brasil, além de grande ilustrador, da mesma geração de outros gênios como Jayme Cortez, Nico Rosso e outros.
Essa edição trás a origem do personagem alem de mais três histórias.
Então não espere mais e clique no link para conhecer mais uma grande obra deste mestre extraordinário.



terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

LOGO DO "BANCA"

Olá pessoal estou apresentando a todos o Logo do nosso blog.
Quero deixar registrado os meus agradecimentos a Drika, que elaborou o logo, e que ficou muito bom, de acordo com que eu havia pedido.
Tenho certeza que todos irão gostar.
Valeu Drika!!!


PERERÊ # 7 - FÉRIAS

Hoje trazemos uma obra para apresentar um grande artista brasileiro, que atuou muitos anos nas histórias em quadrinhos e livros infantis. Esta edição é uma raridade de Junho de 1963, com a sua obra maior nos quadrinhos: "A Turma do Pererê" que era publicada pela editora "O Cruzeiro".

o ilustrador Ziraldo Alves Pinto

Ziraldo Alves Pinto se chama Ziraldo mesmo. Já nasceu com pseudônimo. Criatividade de seu pai, que se chama Geraldo, e de sua mãe, que se chamava Zizinha. Nasceu na cidade de Caratinga, em Minas Gerais.
Veio para o Rio de Janeiro para ser "desenhista de histórias em quadrinhos", dançou, afinal a profissão não existia no país, acabou indo trabalhar como auxiliar numa agencia de publicidade. Passou pela "Folha de Minas Gerais", a revista "A Cigarra" e "O Cruzeiro" e batalhou até que entre ,muitas coisas virou autor de livro infantil.
Em 1960 conseguiu editar através da editora "O Cruzeiro" uma revista mensal chamada: "Pererê" que na 1ª fase durou até 1964. Num universo povoado por super-heróis e figuras em nada ligada à nossa realidade cultural, Ziraldo impôs personagens cem por cento brasileiros, com O Saci, Tininin, Galileu, Allan, Moacir, Pedro Vieira, Geraldinho, Compadre Tônico, Seu Neném, General, a Boneca, a Tuiuiu e muitos outros.

a brasileiríssima Turma do Pererê.

Poucas vezes no quadro geral da literatura e arte brasileira, uma obra refletiu com tanta agudeza critica os problemas sociais de sua época.
Na década de 70, a editora Abril tentou novamente colocar nas bancas a revista: "Pererê", mas depois de tantos anos de ditadura militar e destruição dos nossos valores autênticos, a revista não durou mais que dez edições.
Ziraldo nunca desanimou em sua batalha, alternando sua carreira de cartunista, cartazista, escritor de livros infantis e incentivador cultural, ele nunca se afastou dos quadrinhos. Outros personagens foram lançados como: "The Supermãe", "Os Zeróis" e "O Menino Maluquinho" personagem de livro que vendeu mais de um milhão de exemplares e virou personagem de filme.

A famosa personagem: "The Supermãe".

"Os Zeróis" a sátira dos super heróis.

A criação genial de Ziraldo: "O menino Maluquinho".

Que se transformou em personagem de filme.

Ziraldo é um dos autores mais vendidos em termos de literatura infanto-juvenil, não só no Brasil nas em toda a America do Sul. O Menino Maluquinho teve publicações pelas editoras: L&PM, Melhoramentos, Salamandra e em 2006 pela editora Globo com uma edição especial pelos 25 anos do menino Maluquinho.
Em 2009 ainda pela editora Globo a série: "futebol em Quadrinhos", saíram Todo-poderoso Timão, com a história do Corinthians, e o mais O querido do Brasil, sobre o Flamengo.
Ziraldo colaborou nos álbuns coletivos Brasil e Argentina, (pela Fundação Memorial da America Latina, em 1990, e MSP50 (editora Panini, 2009) edição especial com cinquenta artistas homenageando Mauricio de Sousa.

Os dois álbuns: "Futebol em Quadrinhos".

O álbum: MSP50 com a participação de Ziraldo.

É isso aí amigos, agora só resta clicar no link e conhecer a obra deste "monstro" dos quadrinhos brasileiros.



Ziraldo e suas grandes criações.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

ÁLBUM - CRÔNICAS DA PROVíNCIA


O blog Banca dos Gibis Brazucas, apresenta hoje um grande álbum publicado pela editora Via Lettera de 1999, escrito por Wander Antunes e desenhado por Mozart Couto.
O objetivo é mostrar aos amigos esse grande trabalho da dupla e apresentar este magnifico ilustrador que estará presente em muitas postagens aqui do "Banca".
Mozart Couto nasceu em 1958, mineiro de Juiz de Fora, tornou-se um dos melhores desenhistas de quadrinhos dos últimos trinta anos. Desde a sua primeira história: "Presente de Aniversário", publicada pela editora Grafipar, em 1979, Mozart mostrou em desenhos bonitos, limpos, quase clássicos, uma categoria que o tempo e a atividade quase permanente nos quadrinhos aperfeiçoaria de forma marcante. Na grafipar fez dezenas de histórias, sem nunca deixar de lado as exigências pessoais de capricho e qualidade.
Para a editora D'Art colaborou desde os primeiros números das revistas: "Calafrio" e "Mestres dos Terror" do inicio da década de 80 criando histórias de um horror gótico da melhor qualidade.
Desenhou também séries onde heroísmo e magia em reinos fantásticos se realizavam muitas vezes bem melhor que o modelo tradicional (Conan). Desta fase são: "O Mago" e o guerreiro "Hakan". Para a editora Cedibra desenhou com a categoria de sempre: "Futebol e Raça", que lamentavelmente ficou em apenas três edições, uma das melhores séries esportivas já publicadas no Brasil.
Em 1986, com seu trabalho reconhecido no exterior fez especialmente para a Bélgica o álbum "O Vigilante", que só em 1989 teve o álbum completo publicado no Brasil.
Obteve espaço numa das maiores editoras do Brasil, a editora Abril, em especial na revista: "Aventura e Ficção", onde suas histórias em nada perderam para mestres como: José Ortiz, Manfred Sommer, Adolfo Usero e outros. No final dos anos 90, o talento de Mozart consegue introduzi-lo no seleto mercado europeu, publicando álbuns e tiras na França, Bélgica e outros países.
Isso tudo ajudou a leva-lo às editoras norte-americanas: DC Comics, Dark Horse e Marvel.
Sei que muitos que não conhecem os trabalhos de Mozart (o que é difícil), estão ardendo de curiosidade, então cliquem no link e conheçam a obra deste grande mestre dos quadrinhos brasileiros.

Crédito: blog HQPOINT.





sábado, 9 de fevereiro de 2013

QUEM FOI? - DR. FREDERIC WERTHAN


O doutor que odiava heróis

O Psiquiatra Dr. Frederic Werthan.

Estamos inaugurando no Banca dos Gibis Brazucas, a seção: “Quem Foi? e Quem é”? Onde iremos conhecer pessoas ligadas aos quadrinhos.
Comentamos à dias atrás, que a perseguição instalada aos quadrinhos na década de 50 nos EUA que tanto prejudicou a indústria americana de quadrinhos, acabou de certa forma favorecendo os artistas brasileiros, que puderam com isso mostrar seu talento e seus trabalhos; vamos então conhecer um pouco mais do que foi esse infeliz movimento.

Era o ano de 1954, e os Estados Unidos viviam sob o signo do medo. A guerra fria estava no auge. Por causa da paranóia anticomunista, Charles Chaplin não podia entrar no país e Albert Einstein era investigado pelo FBI. O clima de temor e suspeita era propício.
Naquele ano, o renomado psiquiatra Frederic Wertham publicou o livro: A Sedução dos Inocentes, que descrevia em detalhes os “efeitos nefastos” dos gibis sobre as crianças. A saber: fomentavam a delinquência juvenil, a discórdia entre irmãos, o mau hábito da garotada de não comer legumes e verduras e, se isso não bastasse, de estimular o homossexualismo. O livro incentivou o Congresso a vasculhar a indústria das HQs e a colocar Batman e Super-Homem no banco de réus.


O famoso e odioso livro de Werthan: Sedução dos Inocentes.

Credenciais não faltavam ao doutor para convencer a opinião pública da época. Era o psiquiatra-chefe do maior hospital psiquiátrico de Nova York, o Bellevue. Na década de 20, recém-formado, correspondera-se com ninguém menos que Sigmund Freud, pai da psicanálise.
A reputação de Wertham era ilibada, mas algo não ia bem com a psique do doutor. Assim como em muitas tramas de gibi, o genial cientista foi ficando aos poucos obcecado por um objeto de repulsa e desejo. Suas pesquisas passaram a associar leitura de quadrinhos com violência. O psiquiatralançou-se numa violenta diatribe, em dezenas de artigos, condenando os pobres gibis.
Foi Wertham o pai do boato da homossexualidade de Batman e Robin. Tudo porque, numa história, Bruce Wayne e Dick Grayson trocavam as roupas civis pelos uniformes de herói, separados apenas por um biombo. Por sua causa, a DC Comics teria criado a figura paternal do mordomo Alfred, a fim de frear a fama de gay do homem-morcego.

É bem verdade que as revistas de terror da época tinham um conteúdo muito forte de violência, mas chegar a generalizar todos os gêneros de quadrinhos foi um erro grotesco cometido pelo famigerado psiquiatra.


O conteúdo muito pesado das histórias de terror acabaram prejudicando toda a indústria americana dos quadrinhos.

Com a publicação de A Sedução dos Inocentes, revistinhas foram queimadas em público no estado de Nova York. Um comissário de polícia de Detroit, Harry S. Toy, declarou que os gibis estavam infestados de ensinamentos comunistas. Os distribuidores começaram a devolver os exemplares. O rebu serviu de estopim para que o Congresso instituísse uma subcomissão de investigação dos quadrinhos.
As editoras, temendo uma regulamentação do governo, criaram o Comics Code, código de autocensura. Entre 1954 e o início da década de 70, o código exerceu seu poder de forma implacável na indústria dos quadrinhos. Só em 1971 as editoras passaram a questioná-lo: a Marvel, numa história do Homem-Aranha, mostrou Harry Osborn, amigo de Peter Parker, chapado de LSD.
O famigerado “Comics Code que exerceu o seu poder de forma implacável na indústria dos quadrinhos.

Em 1973, o  psiquiatra surpreendeu a todos mudando de opinião, garantindo que os quadrinhos eram “válidos e construtivos” mas, a esta altura o grande mal já havia acontecido a indústria de quadrinhos americana. Não adiantou. Frederic Wertham morreu desacreditado, em 1981.
O ex-menino prodígio da psiquiatria seria para sempre lembrado como o doutor que odiava os quadrinhos. É bem possível que nem o amigão Freud entendesse essa trajetória. E qualquer gibizeiro sabe que a sina de Wertham seguiu de perto as tramas de HQ: a do genial cientista que se transforma em vilão. No final, os super-heróis conseguiram derrotar o infame doutor W.